sexta-feira, 23 de março de 2012

VIDAS (IN)ANIMADAS!

A propósito de tudo e de todos, se podem contar "HISTÓRIAS DE VIDAS"!
Deixamos aqui três exemplos de escrita criativa, realizados sob orientação do professor de Língua Portuguesa numa atividade articulada com a BE.


O meu nome é Relâmpago Mcfinny. Nasci no meio de uma tempestade, numa nuvem negra.
Foi no dia nove de Dezembro de dois mil e vinte que eu saí das nuvens, nos Estados Unidos, e se os gregos ainda acreditassem na sua mitologia, eu seria a arma de Zeus ou o sinal da fúria dos deuses.
O meu pai fora um trovão, a minha mãe, uma corrente elétrica, e foi graças a eles que eu pude descer rapidamente do céu.
Ainda me lembro dos tempos em que eu andava na academia de relâmpagos. Nessa academia aprendi a ser rápido como a luz e silencioso como um ladrão, mas graças ao meu amigo Trovão Traquinas, que conheci na aula de meteorologia, o meu disfarce estava sempre a ser descoberto. E isto acontecia porque o Trovão Traquinas fazia um barulho do outro mundo.
Quando acabei a academia, recebi o meu diploma, que simbolizava o meu poder como relâmpago.
Foi nesta academia que eu tive a minha primeira paixoneta pela Nuvem Branca, suave como mármore e fofinha como algodão, mas infelizmente ela não me amava. Tão depressa me enchia de alegria… como de tristeza.
Uma pessoa que me marcou muito foi o herói Eletricidade, que era forte e que podia iluminar todas as casas da Europa à América.
Já contei tudo sobre a minha vida e agora está de irromper do céu rasgando a vastidão de nuvens à minha volta.
Lá ia eu com a força de uma explosão nuclear e parti ao meio uma macieira incendiando as folhas e torrando as maçãs.
Eu morri e orgulho-me disso!
                                                                                                                               Ruben Santos - 7º F



Sou um ser intemporal que acaba de ser fabricado na Suiça na fábrica Omega, sempre a rodar na mesma direção, sempre o mesmo som, sempre o mesmo ritmo, sempre o mesmo tique-taque, sempre…
Estou à venda numa loja da Omega em Nova York e estou guardado numa caixa à espera que alguém me leve e vejo o mundo de outra maneira… e sempre o mesmo tique-taque…
Passa-se um dia, dois dias, três, quatro e… já passou um mês desde que estou preso na mesma caixa, com o mesmo tique-taque à espera que me venham buscar.
Eu quero que uma pessoa famosa fique comigo, porque não quero passar por esta angústia que estou sempre a passar e pela angústia que os meus pais tiveram toda a vida, eu não a quero ter toda a vida!
De repente, entra um velho numa loja e oiço que quer comprar-me, mas eu não quero ir para a mão dele. Eu iria passar toda a vida triste com o mesmo tique-taque chato. Quando me iam tirar da caixa, ele foi-se embora e entrou uma pessoa famosa que me quis comprar… fiquei entusiasmado e excitado, porque me iam comprar e, ainda por cima, era um famoso. Chamava-se Emma Watson.
Ela comprou-me e eu fiquei contente… A casa dela era gigante… em Nova Iorque.
E a minha vida foi sempre a mesma e igual. Eu andava na mão esquerda dela, com os ponteiros a rodar sempre na mesma direção, com o mesmo ritmo, sempre o mesmo tique-taque e só olhavam para mim para ver as horas. Não gostava, não me davam amor, não me faziam cócegas nos ponteiros… e a minha vida foi sempre… assim…
Ricardo Almeida - 7º F


Olá, eu sou uma mina de lapiseira. Sou muito fina e muito frágil. Comecei por vir de uma fábrica. Tenho muita pena de não ter conhecido os meus pais, quero dizer, não sei o que são pais… mas isso não interessa. Depois de sair da fábrica, puseram-me numa caixa esquisita, a seguir senti a caixa a tremer, aquilo metia medo, parecia que estava num filme de terror.
De seguida a caixa abriu-se e retiraram-me dela. Depois puseram-me dentro de uma lapiseira. Puxaram-me para baixo e comecei a ver luz…
Agora, que estou cá fora, vejo umas linhas… Ohhhhh não…!
Raquel Fernandes – 7º F