Lisboa ainda
Lisboa não tem beijos nem abraços
não tem risos nem esplanadas
não tem passos
nem raparigas e rapazes de mãos dadas
tem praças cheias de ninguém
ainda tem sol mas não tem
nem gaivota de Amália nem canoa
sem restaurantes sem bares nem cinemas
ainda é fado ainda é poemas
fechada dentro de si mesma ainda é
Lisboa
cidade aberta
ainda é Lisboa de Pessoa alegre e triste
e em cada rua deserta
ainda resiste.
Manuel Alegre, poema escrito em 20 de
março de 2020
Resistência, sempre!
Aqui, o poema declamado:
E mais...
Ainda não é Abril, mas quase. Ouçam o País de Abril, de Manuel Alegre, por Mário Viegas:
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